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Crise política de Madagáscar perto do fim?

Cidade de For-Dauphin, ao Sul

Mergulhada em uma crise política desde 2002, Madagáscar começa finalmente a vislumbrar uma solução com um acordo político para eleições presidenciais em 2011.

Os problemas começaram quando o presidente Marc Ravalomanana foi eleito em 2002. A oposição o acusava de roubar dinheiro público e violar a constituição e depois de ter sido reeleito em 2006, Ravalomanana renunciou em janeiro de 2009 depois de diversos protestos e confrontos entre a população e a polícia liderados porAndry Rajoelina, um jovem de 34 anos , que além de ser ex-prefeito da capital Antananarivo, já foi DJ. Depois da renúncia, ele se autoproclamou presidente e governa Madagáscar desde então.

Infelizmente o cenário da ilha atualmente é de pobreza e de cidadãos sem futuro e não é nada parecido com o que sugere o desenho Madagáscar, em que animais de um zoológico de Nova York vão parar na ilha. Dois jornalistas do Le Monde fizeram uma longa viagem pelo país dos malgaches e produziram um blog bem interessante sobre o que viram por lá. Já as tristes fotos da ilha podem ser vistas em uma galeria dentro do Le Monde.

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China e Brasil na África são sinônimos de desenvolvimento?

Hidrelétrica de Capanda, em Angola: construída pela Odrebrecht

As empresas brasileiras e chinesas são umas das mais atuantes na África. Nesta semana mesmo foi anunciado um acordo entre o Banco do Brasil, Bradesco e o português Banco Espírito Santo para começarem a atuar no continente (leia matéria sobre isso no Estadão).

Mas qual é o impacto e relação dessas empresas com o desenvolvimento dos paises? Seria um caso de mera exploração ou existe algum ganho alem do financeiro para os paises? E como otimizar essa relação para que ela favoreça ao crescimento africano?

Esse é o tema do seminário Empresas do Brasil e China na África – Parceria, Concorrência e Desenvolvimento, que acontece quinta, 12 de agosto. Organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, o evento também vai tentar responder à perguntas como: Qual é a diferença entre as operações brasileiras e chinesas? Como concorrer com a China na África? Brasil e China: concorrência ou parceria na África?

O seminário acontece no Centro Brasileiro Britânico das 8h às 18h45, mas é preciso se inscrever. Confira a programação completa no site.

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África no cinema

Cena de Brouette
Muita gente diz que não existem filmes sobre a África ou sobre a cultura africana, mas isso não é verdade. Prova disso é a Mostra Cena África, que acontece todos os sábados, ao meio-dia, no Espaço Unibanco, com ingressos a R$5.
No próximo sábado, 14 de agosto, o longa escolhido é Madame Brouette, uma parceria em o Senegal e o Canadá. O filme conta a história de Madame Brouette, que matou seu marido e ao invés de se criticada, recebe elogios da mulher da comunidade.
Essa programação de filmes já está em cartaz desde 10 de julho, e acontece até 28 de agosto. No dia 21 de agosto a exibição será de Rastros, Pegadas de Mulher, e no dia 28 Memória Entre Duas Margens. Aqueles que perderem o horário da sessão, descobri o site African Film Library, em que é possível alugar vários filmes africanos, ou sobre a África.
No circuito comercial também está em cartaz o filme Flor do Deserto, sobre a somali Waris Dirie, que aos 13 anos fugiu de um casamento arranjado e foi parar em Londres, onde se tornou uma Top Model. Ela usou isso para defender as mulheres contra a mutilação. O filme é uma história real, e é encenado pela modelo etíope Lyia Kebede, que também é super engajada nos problemas do continente. Confira a entrevista que fiz com ela.
Os trailers dos dois filmes estão abaixo:

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Tirem o elefante da sala!

Mapa múndi

Mapa mundi

“The Elephant in the Room” é uma expressão em inglês para identificar uma situação muito particular: sabe aquele assunto que está no ar, impossível de ser ignorado, mas que as pessoas fingem que não existe e simplesmente evitam ao máximo falar sobre ele? Pois é, isso é exatamente o que acontece com a África: Ao olhar um mapa mundi, é difícil não reparar naquele grande continente que normalmente fica bem no meio: ele é grande, cheio de países em formatos estranhos e nomes diferentes, mas parecidos entre si: Ruanda, Uganda, Luanda. Zaire, Zimbábue, Zâmbia. Além disso, ele tem aquele formato que parece encaixável ao Brasil. Ao meu ver, só com essas simples informações já me parece impossível não querer saber mais sobre o lugar.

Mas na prática, não é o que acontece: muita gente se contenta com a visão errônea e colonialista de que aquele é um lugar primitivo útil apenas para brincar de safári, onde tudo é uma grande barbárie. É lógico que existem grandes problemas e existem desertos, savanas, tigres, hipopótamos e girafas – mas existe muito mais e no fundo as pessoas sabem disso, mas é tão mais fácil deixar isso pra lá, não é?

Quando somos nós que sofremos o preconceito e ouvimos que a capital do Brasil é o Rio de Janeiro, que moramos em árvores e que só existe violência no Brasil, amaldiçoamos os americanos e europeus de burros. Mas nós fazemos a mesma coisa. Ridículo, não?  Está na hora de mudar de mentalidade e quebrar preconceitos.

Esse blog tem o propósito de trazer aquele vasto continente de volta à pauta. Ele aparece tão pouco nos nossos jornais e revistas – e quando aparece costuma ser para falar de tragédias naturais ou conflitos. Assim também fica difícil mudar de impressão, né? É necessário mostrar o que acontece na África – tanto o lado ruim quanto o bom.

Com esse espaço espero também conseguir mudar um pouco de assunto da juventude que eu convivo. Estou cansada de ouvir gente falar que vai largar tudo e ir para a Europa, sem perceber que este continente sim passa por uma séria crise econômica que não existem muitas oportunidades decentes para estrangeiros, que ainda por cima vão sofrer preconceito.

Do outro lado do Atlântico porém, existe espaço para desenvolver novos projetos, países que precisam ser reconstruídos e governos dispostos a pagar pelo trabalho. Além de existir pessoas bem mais receptivas. Então mãos à obra: existe um elefante na sala e vamos falar sobre ele.

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